‘É um Plano Safra enganação, com apenas metade do valor com crédito subsidiado. Como o produtor paga R$ 60 bi em juros?’, questiona membro do Cosag

A produtora rural e membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Dora Zanin, se referiu ao Plano Safra 2025/2026 como uma enganação, em conversa com o Money Times. No final de julho, o Cosag se reúne com o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, para falar sobre o novo Plano Agrícola e Pecuário.
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“Apenas metade desse valor de R$ 516,2 bilhões que o Governo vai emprestar, o resto vem dos bancos. Quem que aguenta uma Selic de 15%? O produtor vai pagar R$ 60 bilhões apenas de juros. E o seguro rural segue sem investimentos, ainda mais com o que enfrenta o Rio Grande do Sul com enchentes e geadas. O Governo cortou R$ 450 milhões na safra passada e até agora nada foi anunciado. Querem fazer parecer que o Governo financia o setor, mas não é verdade. É um setor que enfrenta uma alta carga tributária e falta de previsibilidade”, diz.
Com produções no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, Zanin, que integra o Cosag desde a sua formação em 2007, e também é diretora do Comitê Mulheres da Rural da Sociedade Rural Brasileira (SRB), acredita que veremos novos pedidos de recuperação judicial e cita os casos da Lavoro e AgroGalaxy (AGXY3). As falas da produtora vão em linha do que defendeu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
“Os recursos anunciados para agricultura familiar (R$ 89 bilhões) terão as mesmas condições que as anunciadas para o Plano Safra empresarial? As tratativas são iguais? Quais são os critérios? É apenas metade desse valor emprestado a juro baixo?”, questiona.
Ela espera que a taxação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), importante ferramenta de financiamento para atividade, seja derrubada pela FPA, assim como aconteceu para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
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