CARREIRA

Profissionais querem horários flexíveis e menos hierarquia, mostra pesquisa

Os profissionais querem flexibilidade de horário e menos hierarquias. Essa é a principal conclusão da pesquisa Re:Trabalho, realizada pela Tera e a Scoop&Co, com apoio de Época NEGÓCIOS, divulgada na quarta-feira (19/02). Essa é a segunda edição do estudo, divulgado pela primeira vez em 2018.

Em 2020, a pesquisa contou com 438 respondentes moradores de todas as regiões do país, principalmente do Sudeste (77%), de diferentes idades e profissões. Os dados foram coletados entre setembro e outubro 2019.

O estudo mostrou que as carreiras estão cada vez mais flexíveis e que buscar desafios diferentes é o “novo normal”. Dos participantes, 63% já mudaram de carreira — entre eles, 70% mais de duas vezes. Da parcela que ainda não fez a transição, 48% pretendem mudar nos próximos 12 meses e 70% querem uma carreira mais alinhada a seus interesses e propósitos de vida. Na lista de posições emergentes, estão liderança de produto, analista de dados, UX designer, scrum master e cientista de dados.

Outro destaque foi para a fluidez nos contratos. Segundo o estudo, os profissionais querem combinar a flexibilidade de freelancer com a segurança da carteira assinada. 20% têm emprego fixo e já são freelancer e 61% consideram ideal a combinação de trabalho fixo com jornada freelancer. A principal razão é a flexibilidade de horário proporcionada por esse modelo de carreira: 90% querem determinar seus próprios horários.

Quando a questão é liderança, os entrevistados estão em busca de líderes que inspiram e são claros. Controle, no entanto, não é uma palavra que apetece o profissional do futuro. 82% gostariam de trabalhar sem liderança hierárquica. Outros números que reforçam a ideia: 59% acreditam que há espaço para novas ideias na empresa onde trabalham, 62% afirmam que lideranças devem ter habilidades técnicas que ajudem o time a construir soluções e 73% acreditam que autogestão é o caminho mais eficiente.

Em processos, o estudo mostra que os profissionais querem se comunicar mais, trabalhar por projetos e fazer alinhamentos diários. Para isso, metodologias ágeis se mostraram presentes e parte importante da transformação digital. 87% se sentem bem trabalhando por projetos, 71% se dizem confortáveis em lidar com mudanças de rota constantes e 76% acreditam que empresas com maior flexibilidade nos cargos e funções tornam o trabalho mais eficaz.

No segmento educativo, os participantes acreditam que os modelos tradicionais não têm acompanhado o mercado. 84% acham que uma pós-graduação não ajuda um profissional a se preparar para a economia digital e 34% buscam novas empresas pelo potencial de aprendizado que elas oferecem.

Para Leandro Herrera, CEO e fundador da Tera, organizações devem se adaptar a uma mentalidade que acompanhe as possibilidades e a velocidade do mundo digital. “Saber lidar com a mudança é o ponto de partida do futuro do trabalho”, diz.

Fonte:  Época Negócios
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