CONSTRUÇÃO

Rota Agro Norte terá R$ 6,35 bi em obras em Rondônia

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Sem concorrência, o Consórcio 4UM/Opportunity foi o vencedor, em fevereiro, do leilão de concessão que corresponde ao trecho da BR-364 em Rondônia, entre Porto Velho e Vilhena, município situado na divisa com o Mato Grosso. Chamado de Rota Agro Norte, por sua importância para o agronegócio, a nova concessão exigirá R$ 10,3 bilhões de investimentos ao longo dos 30 anos de concessão. Assinatura do contrato foi postergada a pedido do consórcio e deve acontecer no final de junho.

Dos investimentos previstos, R$ 6,35 bilhões serão destinados a obras estruturantes e R$ 3,88 bilhões para manutenção e operação. O trecho concedido tem 686,7 km e percorre Rondônia de ponta a ponta. Atravessa cerca de dez municípios, conectando o entroncamento com a BR-435, em Vilhena, à BR-319, em Porto Velho, além de acessos estratégicos em Ji-Paraná. É um eixo logístico fundamental para o escoamento da produção agrícola do Mato Grosso até os portos do Norte, especialmente os que acessam a hidrovia do Rio Madeira.

A pedido do Consórcio 4UM Opportunity, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa ter ajustado o cronograma da Rota Agro Norte para “garantir segurança jurídica e eficiência no início da concessão”. De acordo com a agência reguladora, um novo prazo para a assinatura do contrato da BR-364 foi definido. “O prazo para comprovação das condições prévias à assinatura do contrato foi estendido até 30 de junho. A publicação do Ato de Outorga e a assinatura do contrato passam a ter como data-limite o dia 18 de julho”, diz a ANTT, em comunicado.

Entre os destaques da concessão da BR-364, estão a duplicação de 107 km, construção de 190 km de faixas adicionais, de nove a 14 OAE, 18 km de vias marginais, 24 passagens de fauna, 24 passarelas, 18 travessias em nível, três pontos de parada e descanso e 14 bases de serviços operacionais, além de 34,45 km de novos acessos aos portos, incluindo a ligação ao Porto Novo. Além do impacto direto na logística e na segurança viária, a concessão deverá gerar, segundo cálculos do Ministério dos Transportes (MT), mais de 92 mil empregos ao longo de três décadas, impulsionando a economia regional.

As obras estão planejadas para ocorrer em diversas fases ao longo dos primeiros anos da concessão. Nos primeiros 12 meses, estão previstas as obras iniciais e preparatórias; no segundo ano, as obras de duplicação e faixas adicionais; no terceiro, espera-se a expansão das duplicações e melhorias nos acessos; e do quarto ao nono ano da concessão está prevista a conclusão das duplicações, faixas adicionais e demais melhorias. A cobrança de pedágio está programada para iniciar somente após a conclusão das melhorias definidas para os primeiros 12 meses de operação privada.

Para o diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, o modelo adotado é um exemplo de concessão moderna e sustentável. “Estamos entregando aos usuários o que há de mais avançado em infraestrutura rodoviária, com ganhos em eficiência energética, redução de custos logísticos e integração multimodal. Trata-se de um projeto carbono zero, que une rodovia e hidrovia em uma solução inteligente para o País”, afirmou Sampaio, em nota.

4UM JÁ ATUA NA BR-381 EM MINAS

A Rota Agro Norte é o segundo contrato rodoviário da 4UM (antiga J. Malucelli), que em agosto de 2024 venceu o leilão da BR-381 em Minas Gerais. De acordo com o MT, a porção mineira da BR-381 é uma das estradas federais com o maior registro de acidentes do País, um trecho sinuoso, de pistas simples na maioria do percurso, que contorna os morros do leste de Minas Gerais, cortando o Vale do Aço. Dados da Polícia Rodoviária Federal indicam que, entre 2018 e 2023, houve 3.960 ocorrências de trânsito no trecho, sendo que 420 pessoas perderam a vida na rodovia.

Na concessão da Rota Agro Norte em Rondônia, é a primeira vez que a 4UM e o banco Opportunity vencem juntos um leilão de rodovia federal no Brasil. A 4UM formou um fundo de investimentos que, além da família Malucelli, tem como cotistas as famílias Salazar, Federmann e Backheuser, proprietárias das construtoras Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia, respectivamente. Já o banco Opportunity faz sua estreia no setor, após algumas tentativas de aquisição e de leilões rodoviários. O grupo chegou a concorrer contra a 4UM no leilão da BR-381, sem sucesso.

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