5 conceitos de economia para aplicar no seu dia a dia
Existem alguns conceitos de economia que fazem uma grande diferença nas decisões de investimentos. Saiba quais são os principais deles.

Alguns conceitos de economia são muito úteis na nossa vida cotidiana. Nos ajudam a tomar melhores decisões de investimentos, bem como entender alguns movimentos macroeconômicos.
Compreender esses conceitos colabora para não errar na hora de investir, bem como proteger o nosso capital em um possível cenário de crise.
Neste artigo vamos mostrar 5 conceitos que você precisa conhecer e que farão uma grande diferença na sua vida cotidiana. Boa leitura!
1 – Lei da oferta e procura
A economia é regida por uma lei natural chamada Lei da oferta e procura. Ela não pode ser mudada por nenhum decreto governamental. Por isso, interfere bastante na nossa vida.
A sua lógica é a seguinte: quanto mais escasso for um produto, mais caro ele será e quanto mais abundante ele for, mais barato ele será.
Isso explica porque o ouro vale mais do que a água. Ainda que a água seja mais essencial para nossa sobrevivência, ela é mais abundante e por isso é mais barata.
Portanto, se houvesse uma oferta de ouro tão grande quanto água, não ficaríamos todos ricos, mas sim o valor do ouro seria bem menor a ponto de valer menos que a água.
Essa lógica vale para quando você vai comprar uma ação, uma cota de um fundo de investimento imobiliário, um imóvel ou qualquer outro bem. Se o mercado está aquecido e a demanda está maior do que a oferta, o preço geralmente estará acima do valor justo.
No entanto, em tempos de crise, a demanda está mais desaquecida, e nesse caso os preços tendem a cair. O bom investidor aproveita esses momentos para comprar, e vender os ativos quando o mercado estiver aquecido.
2 – Taxa Selic e demanda agregada
Entendendo a lei da oferta e procura é preciso compreender também que o que determina o bem-estar e desenvolvimento de uma nação é a quantidade de produtos que a população pode comprar e não o dinheiro em si.
Portanto, se há 100 produtos em uma economia e 100 notas de dinheiro, cada nota vai comprar um produto. Se o Estado imprimir 200 notas e a produção continuar em 100 produtos o que vai acontecer é que precisará de 2 notas para cada produto.
Ou seja, não adianta imprimir dinheiro para a população ficar mais rica. O que acontecerá é que o dinheiro perderá valor. No entanto, não é só o governo que tem o poder de jogar dinheiro na economia.
Os bancos podem multiplicar o dinheiro tomando emprestado do poupador e emprestando para o empreendedor. Para evitar que isso aconteça e que ocorra uma grande inflação, o Estado possui alguns mecanismos e um deles é a Taxa Selic.
Quando se quer diminuir a demanda agregada para conter os preços, ela sobe e quando se quer estimular a economia para aumentar empregos e renda, ela cai.
Por isso, épocas de Selic alta são propícias para investimentos em renda fixa. Já épocas de Selic baixa são mais atraentes para empreender, ou seja, comprar ações de empresas focando o seu lucro.
3 – Inflação
A inflação é um movimento de alta generalizada e persistente de preços. Ela tem vários motivos para acontecer. Seja por conta de uma diminuição na oferta, um aumento na procura, ou até mesmo por conta do aumento na quantidade de dinheiro circulando.
Quando a inflação sai de controle e os preços aumentam com rapidez, o dinheiro perde o seu princípio de reserva de valor e as pessoas querem a todo custo trocá-lo rapidamente por produtos.
Há vários índices que medem a inflação de um país, sendo que o principal deles é o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo). Ele é divulgado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Acompanhar esse índice é essencial para buscar investimentos que protejam o seu dinheiro da inflação. Ou seja, opções que rendem mais do que a inflação no período.
4 – Juro nominal e juro real
Quando você investe normalmente recebe uma taxa de juros pelo seu investimento. Ela é conhecida como taxa de juros nominal. Para encontrar o juro real é preciso subtrair a inflação usando a seguinte fórmula:
- (1 + r) = (1 + in) / (1 + j)
Onde:
- r – taxa de juros real
- in – taxa de juros nominal
- j – inflação do período.
Por exemplo, se você vai investir R$ 10 mil e receber 12% de juros por 1 ano e a inflação do período for de 10%, o juro real que você receberá será o seguinte:
- (1+ r) = ( 1 + 0,12) / (1 + 0,10)
- (1 + r) = 1,12 / 1,10
- 1 + r = 1,018
- r = 1,018 – 1
- r = 0,018 = 1,8%
Note que o juro real foi bem menor que o juros nominal, mas é esse o valor que você teve de ganho durante todo o período.
Portanto, se a inflação for superior ao juro, você vai perder poder de compra, pois o juro real será negativo. Por isso é muito importante fazer esse cálculo antes de investir.
5 – Taxa de câmbio
Por fim, a taxa de câmbio também é importante. Ela mede quantos unidades de uma moeda são necessárias para comprar uma outra moeda.
Por exemplo, em 2022 são necessários R$ 5,20 para comprar US$ 1. O que determina o câmbio é a quantidade de dólar disponível no país.
Essa quantidade aumenta ou diminui de acordo com o Balanço de Pagamentos que é a entrada de dinheiro das exportações, saída por importações, entrada de dinheiro estrangeiro para investimento no país, saída etc.
Quanto mais dólares entra na economia, mais abundante é sua oferta e mais desvalorizado ele será em relação ao real. Isso quer dizer que serão necessários menos reais para comprar um dólar.
Já quando entram menos dólares na economia há mais escassez da moeda e são necessários mais reais para comprar uma unidade de dólar. Nesse caso o real se desvaloriza.
Acompanhar o câmbio é essencial para quem quer investir em BDR´s ou ações em outros países. Pois a desvalorização ou valorização interfere no rendimento dos investimentos.
Conclusão
Conclui-se com esse artigo que alguns termos econômicos estão muito presentes em nossa vida, e conhecê-los permite tomar decisões de investimento de forma mais certeira.
Por isso, é preciso estar atento aos momentos econômicos para saber quais tipos de ativos investir, se vale a pena empreender ou se compensa investir ou não no exterior.
Ao compreender como funciona a dinâmica da macroeconomia fica muito mais fácil acertar na hora de escolher os ativos que vão compor a sua carteira de investimentos.