A re.green vai em busca da ambição de restaurar 1 milhão de hectares de florestas

A Reserva Ecológica de Guapiaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é uma das áreas preservadas da Mata Atlântica
Ler o resumo da matéria
A re.green, fundada em 2021, recebeu R$ 250 milhões do Fundo Clima do BNDES durante a COP30 e venceu o prêmio Earthshot 2025, levando £1 milhão. Entre seus sócios estão nomes como Guilherme Leal e Gávea Investimentos. Com esses recursos e o contrato anterior de R$ 187 milhões, viabilizará a restauração de 34 mil hectares na Amazônia e Mata Atlântica, com o objetivo de chegar a 1 milhão de hectares.
A startup se destaca por usar tecnologia avançada, como drones, algoritmos em nuvem e análise espacial, aumentando a produtividade na validação de terras e eficiência no mapeamento. Incorpora toda a cadeia de restauração, incluindo a produção de mudas pela Bioflora. Tem entre seus clientes Nestlé e Microsoft, com grandes projetos de restauração e remoção de carbono.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
Belém – Em apenas uma semana, a re.green alcançou dois feitos. Na quarta-feira, 12 de novembro, na COP30, em Belém, a startup de reflorestamento e compensação ambiental recebeu um aporte de R$ 250 milhões do Fundo Clima do BNDES. Antes, no dia 5, a empresa foi a vencedora na categoria “proteger e restaurar a natureza” do prêmio Earthshot 2025. Pelo “Oscar da sustentabilidade”, a re.green levou £ 1 milhão (cerca de R$ 6,95 milhões).
São reconhecimentos importantes para uma empresa jovem. A re.green foi fundada em 2021 pelo economista Thiago Picolo e o cientista Bernardo Strassburg. Entre os sócios da empresa estão Guilherme Leal, da Natura e da Dengo; o family office da família Moreira Salles e a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga.
Os R$ 250 milhões se somam ao contrato de R$ 187 milhões firmado com o BNDES em janeiro de 2024. Como publicou Picolo em um post no LinkedIn, juntas as operações viabilizam a restauração de 34 mil hectares nos dois maiores biomas florestais do Brasil: a Amazônia e a Mata Atlântica.
“A re.green nasceu com um sonho ambicioso: provar que é possível gerar riqueza não destruindo a natureza, como fizemos por milhares de anos, mas restaurando-a”, disse Strassburg, ao receber o prêmio Earthshot 2025. O tamanho da ambição: 1 milhão de hectares.
A startup se orgulha de suas origens na ciência. Bernardo e Pedro Brancalion, também sócio, já foram reconhecidos entre os 20 pesquisadores mais influentes do mundo. Entre as instituições parceiras da empresa estão as universidades britânicas Cambridge e Oxford, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, e o Instituto Internacional para a Sustentabilidade.
A re.green utiliza uma combinação sofisticada de tecnologias. Usa, por exemplo, modelos de análise espacial e financeira proprietários para identificar de modo ágil e preciso as áreas degradadas com maior potencial de restauração, apoiados por imagens de satélite, drones, sensoriamento remoto e algoritmos em nuvem.
O uso de tais ferramentas reduziu o tempo necessário para o envio do perfil de uma fazenda para análise técnica de 40 dias para inacreditáveis 50 segundos, lê-se em relatório da consultoria Elo Group. Com os avanços, a produtividade de análise do time técnico aumentou de 14 para 57 terras validadas mensalmente.
Em paralelo, a re.green incorpora a tecnologia em campo: por exemplo, utilização de drones para mapeamento e monitoramento das áreas de restauração, além de sistemas de monitoramento contínuo para validação de captura de carbono e creditação.
Um dos principais diferenciais da startup em relação às empresas tradicionais de reflorestamento e compensação ambiental é o domínio sobre toda a cadeia de restauração – desde a coleta de sementes à comercialização do carbono. Em 2021, a re.green incorporou a Bioflora a seu portfólio.
Fundada em 1998 em Piracicaba, no interior de São Paulo, a Bioflora é um dos maiores viveiros de mudas nativas do país. Atualmente, produz 2 milhões de mudas por ano, mas sua capacidade é cinco vezes maior.
Entre os clientes da re.green estão a Nestlé, com projeto de restauração ecológica de 2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia, e a Microsoft.
Os dois acordos com a big tech, como parte de ações de remoção de carbono para a companhia, somam 33 mil hectares na Amazônia — “uma área equivalente a três vezes vezes a cidade de Paris”, como a startup anuncia em seu site.
A jornalista viajou a convite da Motiva, idealizadora da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes
Fonte Link




