ECONOMIA

Lojas Americanas propõe unificar ações e planeja listagem em Nova York

Reestruturação prevê que 70,2% das ações da Americanas (AMER3) fiquem em free float, com Lemann, Telles e Sicupira como acionistas de referência no Brasil com 29,8%

A Americanas SA (AMER3) e a Lojas Americanas (LAME4, LAME3) informaram ao mercado nesta quarta-feira, dia 3, que seus acionistas controladores — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — serão diluídos em fusão entre as duas companhias e passarão a deter uma participação de 29,2% na empresa combinada Americanas.

Os demais 70,2% das ações passam a ser negociados no mercado em free float, o que tornará a companhia uma corporation.

Atualmente, os controladores possuem 60,8% das ações ordinárias e 38,2% do total de ações da Lojas Americanas, que, por sua vez, detém 38,78% da Americanas. Eles possuem ainda diretamente 14,37% das ações da Americanas.

Os estudos para a unificação haviam sido comunicados ao mercado originalmente há duas semanas, o que gerou na ocasião valorizações na casa de 20% para LAME4 e de 25% para LAME3.

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Os bilionários brasileiros Lemann, Telles e Sicupira vão se tornar “acionistas de referência” e, portanto, não deterão mais do que 50% do capital votante da empresa no Brasil. O trio de empreendedores ergueu a AB InBev, maior cervejaria do mundo, e fundou a empresa de investimentos 3G Capital.

Uma vez aprovada por acionistas e concluída a operação, as ações da Americanas detidas por Lojas Americanas serão canceladas e cada acionista da Lojas Americanas receberá 0,186 ação ordinária da Americanas.

Um laudo de avaliação encomendado pela Lojas Americanas no âmbito da operação avaliou o patrimônio líquido de Lojas Americanas em 10,344 bilhões de reais, enquanto o patrimônio líquido da Americanas foi avaliado em 25,877 bilhões de reais.

A nova estrutura precisará ser aprovada por acionistas em Assembleia Geral Extraordinária em dezembro.

É a segunda reestruturação societária neste ano: em abril, as companhias anunciaram a operação que resultou na criação da Americanas, unindo os ativos da então B2W, uma das maiores empresas de e-commerce do país, com as lojas físicas da Lojas Americanas, que ficou como holding. O plano na época já era listar a controladora nos Estados Unidos.

Desde então, no entanto, as ações de Lojas Americanas estão com performance abaixo da esperada. Uma das razões, segundo analistas, é o habitual desconto imposto pelo mercado a empresas que são holding.

Migração para bolsa nos EUA
A administração de Lojas Americanas também acrescentou que permanece a possibilidade de uma reorganização para migrar sua base acionária para uma nova sociedade, com sede no exterior, cujas ações seriam listadas nos Estados Unidos.

“Os méritos dessa ideia continuam presentes, tanto quanto o reconhecimento da relevância e complexidade do tema e de sua eventual implementação, que não deve retardar o aproveitamento dos benefícios da consolidação societária das duas entidades, ora proposta.”

Por Reuters

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