O banco central do México reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a mais recente de uma série de cortes voltados a estimular o crescimento econômico, apesar das preocupações com a inflação persistente.
O Banxico, como é conhecido, reduziu o custo do crédito para 7% na quinta-feira, movimento esperado por todos os 27 economistas consultados pela Bloomberg. A decisão foi dividida, com um voto a favor da manutenção da taxa.
O banco cortou os juros em doze decisões consecutivas, mesmo com a inflação geral acelerando e a taxa central persistentemente acima de 4%. O Banxico tem como meta uma inflação de 3%, com margem de um ponto percentual para mais ou para menos.
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A inflação anual no México acelerou para 3,8% em novembro, acima da estimativa mediana de 3,70% dos economistas consultados pela Bloomberg e superior aos 3,57% registrados em outubro.
A inflação central, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, manteve-se persistentemente acima de 4%. Ela acelerou para 4,43% em novembro, contra 4,28% em outubro.
O ciclo de afrouxamento monetário do Banxico começou em março do ano passado, quando iniciou a redução dos juros a partir de uma taxa que chegou a 11,25%.
Economistas do Banco Base, liderados por Gabriela Siller, recomendaram a manutenção da taxa em nota a clientes antes da decisão, citando a alta gradual dos preços.
“Sem sinais claros de desaceleração da inflação e com riscos de alta, não é apropriado permanecer na faixa da taxa neutra”, diz a nota.
Em tom semelhante, Heath declarou que o Banxico enfrenta uma crise de credibilidade devido à sua incapacidade de conter a inflação. Ele classificou como irrealista a expectativa do banco de que a inflação atinja a meta de 3% até o terceiro trimestre do próximo ano.
Os formuladores de política do Banxico têm expressado repetidamente preocupações sobre a economia lenta, agravada pela incerteza em torno das tarifas intermitentes dos EUA sobre as exportações mexicanas para o país vizinho ao norte.
O Produto Interno Bruto (PIB) do México encolheu 0,2% entre julho e setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, após estagnar no segundo trimestre.
O Banxico reduziu pela metade sua estimativa de crescimento do PIB para este ano, para apenas 0,3% em seu cenário central, segundo seu relatório trimestral de inflação publicado no mês passado, embora ainda espere que a economia cresça 1,1% no próximo ano e 2% em 2027.
Victoria Rodriguez Ceja, chefe do banco, destacou que a autoridade monetária não prevê contração no quarto trimestre, após a leve retração do trimestre anterior.
Analistas na última pesquisa do Citi, publicada na quarta-feira, veem a economia mexicana crescendo 0,4% este ano, enquanto elevaram sua previsão de inflação para o final de 2025, de 3,79% para 3,90%.
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