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ARTIGO – A nova indústria de alimentos diante de hábitos novos de consumo

Nossa relação com a comida mudou radicalmente nos últimos anos. e a indústria que se prepare, porque ela vai continuar mudando!

Novas preocupações com questões de saudabilidade, curiosidade sobre a origem dos ingredientes e a composição química de um produto são algumas dessas mudanças que já fazem parte do novo perfil de consumo no Brasil. Essas novas demandas, associadas a tratamentos médicos e hábitos de vida mais saudáveis, influenciam o apetite, a saciedade e até a percepção dos gostos básicos – doce, salgado, ácido, amargo e umami.

O resultado é uma mudança significativa no comportamento alimentar e nas expectativas em relação aos produtos disponíveis no mercado.

Para se ter uma ideia do ritmo dessas transformações, o estudo TrendTracker 2025 da Cargill, sinaliza que devemos encerrar 2025 com uma projeção de crescimento mundial de 75% no uso de medicamentos GLP-1, também conhecidos como canetas emagrecedoras.

Essa tendência coloca diante da indústria um desafio essencial: desenvolver alimentos que combinem densidade nutricional, sabor agradável e textura adequada, sem renunciar à praticidade e ao prazer de comer.

Restaurantes, fabricantes e marcas de consumo já começam a rever portfólios e menus, apostando em formulações com maiores benefícios funcionais e experiências gastronômicas que valorizem o sabor e a nutrição na mesma medida.

A busca por opções equilibradas, ricas em proteínas, vitaminas, minerais e fibras prebióticas, deve ganhar espaço, assim como porções menores e personalizadas, alinhadas ao bem-estar e à conveniência.

Esse movimento abre um campo fértil para inovação e diferenciação estratégica, especialmente em um mercado cada vez mais atento à saúde e ao estilo de vida dos consumidores.

Assim como o setor se adaptou à rotina de famílias menores e a novos perfis de consumo — solteiros, casais sem filhos e consumidores individuais —, agora surge a oportunidade de repensar tamanhos, formatos e informações nutricionais para públicos com demandas específicas.

Apesar de todas as mudanças tecnológicas, científicas ou comportamentais, um princípio permanece: comer bem continua sendo sinônimo de saúde, prazer e qualidade de vida.

Embora usuários de canetas emagrecedoras estejam conscientes da dieta saudável, eles também reconhecem a importância de indulgências ocasionais para o bem-estar emocional. Segundo o TrendTracker 2025, 46% das pessoas que utilizam esse tipo de medicamento concordam que é importante se permitir indulgências, mesmo durante dietas saudáveis.

A indústria brasileira de alimentos, historicamente reconhecida por sua capacidade de inovar e se reinventar, está em posição estratégica para liderar essa nova era da alimentação.

O desafio está lançado – e as oportunidades, mais do que nunca, estão sobre a mesa. Cabe a todos nós, que integramos a cadeia de alimentos, transformar o novo contexto em oportunidade, criando produtos e experiências que promovam sabor, nutrição e bem-estar em equilíbrio.

Sandra Biben é diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Cargill na América Latina.


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