LOGÍSTICA

Synerjet apresenta drone Wingcopter 198 e amplia possibilidades de entregas urgentes (veja vídeo)

Empresa com sólida atuação em aviação executiva, a Synerjet apresentou em São Roque, SP, o Wingcopter 198, drone para entregas que combina decolagem e pouso vertical (eVTOL) com voo em asa fixa. A convite da companhia, a Logweb acompanhou a demonstração, que destacou como o equipamento pode integrar regiões remotas, reduzir custos de transporte e garantir rapidez em entregas críticas.

O Wingcopter 198 é uma aeronave 100% elétrica, com peso máximo de decolagem de 25 quilos e capacidade de carga de 4,7 quilos, podendo chegar a 6 quilos em versões futuras. De fabricação e montagem alemãs, decola e pousa como um multicóptero e, em seguida, converte para voo de cruzeiro em asa fixa, atingindo 94 quilômetros de alcance por ciclo de bateria, com velocidade média de 90 km/h.

Synerjet apresenta drone Wingcopter 198 e amplia possibilidades de entregas urgentes

O tempo de recarga das baterias é equivalente ao de voo, permitindo missões de até 300 quilômetros com trocas sucessivas. A estrutura em fibra de carbono, leve e resistente, facilita reparos e contribui para a durabilidade do equipamento.

O treinamento de operadores leva cerca de 15 dias, combinando aulas teóricas e práticas, e cada voo pode ser acompanhado por sistema de comunicação já certificado pela Anatel, que aprovou os módulos de satélite e celular.

Modelos

O modelo chega ao país em duas versões, como explicou Augustinho Simões, Director of UAV Operations and Development da Synerjet. A primeira é voltada ao transporte, equipada com compartimento para entregas médicas e industriais de alto valor ou urgência. A caixa de transporte aceita módulos internos refrigerados, adequados para medicamentos, vacinas, bolsas de sangue e outros materiais perecíveis. Também é possível usar recipientes descartáveis, que ficam no destino após a entrega, ou caixas especiais para cargas de alto valor, como material genético ou peças críticas de mineração.

A segunda versão é configurada para mapeamento e inspeção, utilizando o sensor LiDAR, capaz de fazer levantamentos a laser de alta precisão, aplicáveis à inspeção de linhas de transmissão, mapeamento de rodovias, monitoramento florestal e ambiental e levantamentos topográficos.

O processo de certificação com a Anac está em fase final. Restam apenas dois itens e voos de teste para que a autorização para voos comerciais além da linha de visada (BVLOS) seja concedida, o que deve ocorrer no início de 2026. Em paralelo, a Wingcopter conduz certificações nos Estados Unidos, Europa e Japão.

“Para garantir operações seguras, a Synerjet treinou equipes na fábrica alemã e manterá no Brasil estoques de peças críticas e pessoal capacitado para manutenção, desde baterias até componentes de fuselagem”, disse Augustinho.

Todos os procedimentos seguem padrões da aviação: no caso de incidentes, cada evento é reportado, passa por análise crítica e, se necessário, o equipamento é enviado para reparo.

Drone Synerjet WingcopterDrone Synerjet Wingcopter

O potencial do Brasil

A escolha do Brasil como porta de entrada na América Latina é estratégica. Com dimensões continentais e extensas áreas de difícil acesso, como Amazônia, Pantanal e comunidades rurais, o país apresenta desafios logísticos que o Wingcopter pode ajudar a superar.

O transporte de medicamentos, exames e insumos em localidades isoladas é uma das principais frentes, com potencial para integrar a saúde pública e privada.

Além disso, o Brasil possui mais de 200 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia, hoje inspecionadas majoritariamente com helicópteros. A versão com sensor LiDAR permite monitorar essas estruturas de forma mais econômica e frequente, além de servir a setores como mineração, agronegócio e operações offshore.

Em grandes centros urbanos, a expectativa é que a evolução da norma RBAC-100 permita, no futuro, voos sobre áreas congestionadas, encurtando prazos em entregas críticas. Segundo Fábio Rebello, CEO da Synerjet, “são dois grandes problemas que podemos resolver: integrar localidades remotas e, no futuro, sobrevoar grandes congestionamentos urbanos”.

Para ele, o país combina condições únicas para integrar aviação não tripulada em sua teia logística, somando mercado consumidor, diversidade geográfica e abertura a novas soluções.

O foco inicial é a logística médica, mas a flexibilidade do sistema permite atender indústrias de alto valor. De vacinas e bolsas de sangue a peças críticas para mineração e equipamentos hospitalares, a aeronave se destaca quando tempo e custo são determinantes.

Casos internacionais reforçam o potencial. “Durante a pandemia, vacinas contra a Covid-19 foram transportadas por Wingcopters em países africanos, e em Malaui um voo viabilizou a entrega de um equipamento vital que salvou a vida de um recém-nascido com insuficiência respiratória. Há ainda projetos em andamento no Japão e nos Estados Unidos para o transporte de sangue e medicamentos”, explicou Armando Gessinger, Chief Revenue Officer da Wingcopter.

A versão com LiDAR também mapeamento de rodovias, monitoramento de queimadas e levantamento florestal, abrindo novas frentes de serviço para concessionárias de energia, órgãos ambientais e empresas de infraestrutura.

Synerjet WingcopterSynerjet Wingcopter
Caixa de transporte

Investimentos

O Wingcopter 198 chega ao Brasil com investimento consistente e maturidade tecnológica. A fabricante alemã captou cerca de 100 milhões de euros em investimentos desde a fundação, a maior parte dedicada ao desenvolvimento e à certificação. A Synerjet, que se tornou parceira e investidora em 2021, também aportou milhões de dólares e encomendou dezenas de unidades para o mercado brasileiro.

A plataforma acumula cerca de 10 mil horas de voo em testes e operações-piloto, servindo de referência para a vida útil estimada de 4 a 8 anos, podendo ser estendida com manutenção regular. “Estamos convictos de que os drones vieram para ficar e podem salvar e melhorar vidas. É uma tecnologia com impacto comercial e social profundo”, afirmou Gessinger. Para Rebello, “sempre que tempo e custo forem decisivos, o drone se torna uma solução competitiva”.

Acesse o vídeo abaixo e veja o drone em ação!

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