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Operadora de turismo fundada por Guilherme Paulus adquire duas empresas argentinas do setor

Trata-se da Servicios de Viajes Y Turismo Biblos (Biblos), e da Ola Transatlántica Turismo. Juntas, as duas custaram pouco mais de US$ 19 milhões

No início do mês de setembro, dia 5, a CVC — maior operadora de turismo do Brasil, fundada pelo empresário Guilherme Paulus — informou a compra de duas empresas de turismo na Argentina: 60% da Servicios de Viajes Y Turismo Biblos (Biblos), por US$ 5,375 milhões; e 60% da Ola Transatlántica Turismo, por US$ 14,040 milhões.

Segundo o presidente da CVC, Luiz Falco, quem abriu a oportunidade que o empreendimento esperava para internacionalizar a operação e assinar aquisições que vinham sendo estudadas desde o início de 2018 foi a crise econômica na Argentina. “Já estávamos olhando há tempo. E interpretamos que [crise] é oportunidade”, contou Falco em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Conforme o presidente da CVC, as recentes aquisições na Argentina dão à operadora fundada por Guilherme Paulus — executivo que, hoje, é o presidente do Conselho de Administração da empresa brasileira — mais um atributo: o de uma companhia internacional. “Parece um detalhe, mas isso agrega valor ao negócio”, enfatizou Luiz Falco. Ele também informou que as vendas dessas duas empresas argentinas serão incorporadas integralmente no balanço da CVC.

“Devemos atingir um patamar de R$ 16 bilhões a R$ 17 bilhões em reservas”,acrescentou Falco.

O presidente da CVC admitiu que a atual conjuntura na Argentina — que busca ajuda de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em meio à desvalorização de 40% do peso argentino e uma inflação anual de 30% — pode afetar a demanda pelo turismo. Mas, segundo o executivo, o impacto dessa conjuntura no setor de viagens é segmentado e deve ser passageiro” escreveu a reportagem do Valor, publicada ainda no dia 5 de setembro.

Segundo as estimativas de Luiz Falco, o fluxo de turistas para a Argentina deve aumentar. “A Argentina está 50% mais barata para os brasileiros”, frisou ele, isso por conta da desvalorização do peso argentino em relação ao dólar, que, este ano, é de quase 40%. O presidente da operadora de turismo também acentuou que “a fatia [dos argentinos] que viaja é mais dolarizada”.

Ainda conforme Falco, a empresa fundada por Guilherme Paulus já queria fazer um movimento de aquisição no exterior, entretanto, precisava, para isso, encontrar alvos que proporcionassem escala suficiente para gerar sinergias. “A gente precisava comprar mais de uma empresa para conseguir replicar lá os ganhos que temos aqui com escala”, explicou o presidente da CVC.

De acordo com a reportagem do Valor, “com as aquisições da Biblos e da Ola Transatlántica Turismo, a CVC assume vendas anuais da ordem de US$ 500 milhões”. Falco, por sua vez, salientou que a CVC será a terceira maior operadora da Argentina, atrás apenas da Decolar e da Almundo.

Outro ponto destacado por Luiz Falco é que o controle nas empresas adquiridas vai levar a CVC a oferecer aos turistas brasileiros mais opções de pacotes de viagens para a Argentina. “Vamos ajudar nossas companhias aéreas locais e as de lá, além de hotéis, a aumentar a presença de brasileiros”, pontuou o presidente da operadora de turismo do Brasil.

“As agências de viagens Biblos são focadas no mercado de luxo, corporativo e eventos, com reservas anuais confirmadas de aproximadamente US$ 200 milhões em 2017. Já a Ola Transatlántica Turismo opera três principais unidades de negócio: a Ola Mayorista de Turismo, Quinceãneras e Transatlántica Viajes y Turismo, com reservas anuais confirmadas em 2017 de US$ 285 milhões”, explicou, ainda, o Valor.

O presidente da operadora fundada por Guilherme Paulus também afirmou que vai manter as lideranças locais à frente das novas companhias adquiridas.

O Valor Econômico ainda reforçou que a Biblos e a Ola Transatlántica Turismo representam a sétima e oitava aquisições fechadas pela CVC desde 2015, em compras que somam até o momento, cerca de R$ 1,2 bilhão.

“A última compra foi em 14 de agosto, quando a companhia pagou R$ 245 milhões por 100% da Esferatur Passagens e Turismo, operadora catarinense que atua na intermediação de passagens aéreas para agências de viagem, por meio de uma rede de 14 unidades no Brasil, que faturou R$ 1,8 bilhão em 2017. Antes, a CVC havia adquirido a Rextur Advance, por R$ 519 milhões — em duas operações (51% em 2015 e 49% em 2017); o Submarino Viagens, por R$ 80 milhões, do segmento de agências on-line de turismo; a Experimento, de viagens de intercâmbio, por R$ 41 milhões; o Grupo Trend, que atua no atacado, por R$ 258 milhões; além da Visual Turismo, de viagens de lazer, por R$ 67,9 milhões”, ilustrou o veículo de informação.

A CVC

A operadora e agência de viagens CVC foi fundada pelo executivo Guilherme Paulus em 1972, no município de Santo André, em São Paulo. Atualmente é uma empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo e tem seu controle diluído em um grande número de investidores.


Website: http://www.guilhermepaulus.com

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