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Koin, a fintech da Decolar, quer replicar crediário digital na América Latina

Desde 2019, startup já financiou mais de R$ 500 milhões para cerca de 400 mil clientes no Brasil

Em meio à onda de ciberataques e golpes financeiros, a brasileira Koin acaba de expandir sua operação de soluções antifraude para países como México, Colômbia, Equador, Argentina e Uruguai. Uma das pioneiras no BNPL — o crediário digital —, a fintech vai levar também suas demais verticais, de crédito e meios de pagamento, para outros países da América Latina.

A meta é atingir 20% de market share no e-commerce da região ao longo dos próximos anos, começando por México e Colômbia.

O processo de internacionalização da fintech ganhou um empurrãozinho da pandemia. Em 2020, ocorreram 6 milhões de transações fraudulentas no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico: uma tentativa de fraude online a cada cinco segundos.

Além disso, a fintech foi adquirida pelo grupo Decolar no fim do ano passado, com injeção de capital e a estrutura que faltavam para cruzar fronteiras.

“A Decolar sempre foi nossa grande parceira e ainda é o carro chefe em termos de receita. Mas não existe uma dependência: Descomplica e outras edtechs são responsáveis por boa parte da operação, ao lado de outras como Dr. Consulta e Trocafone”, conta Gabriel Franco, diretor de operações da Koin. “No ano passado tivemos que arrumar a casa porque estávamos 100% focados em turismo ainda.”

O executivo considera a entrada da operação de crediário no México — onde a empresa já atuava com a solução antifraude — um passo importante para a companhia. Se no Brasil os desbancarizados representam 35% da população economicamente ativa, no mercado mexicano essa porcentagem sobe para mais de 60%, oportunidade para uma operação de crédito via boleto.

Desde 2019, a Koin já financiou mais de R$ 500 milhões para cerca de 400 mil clientes cadastrados a um ticket médio de R$ 2 mil.

No mercado desde 2014, a empresa pivotou de um modelo de boletos pós-pagos para o BNPL, em 2017, tendo como primeiros grandes clientes Decolar, hoje acionista majoritária, e Hotéis.com. Apesar do foco no setor de turismo, hoje a fintech atua com parcelamento nos mais diversos ramos.

Fundada pelo advogado Ricardo Siqueira, também criador da MaxiPago (que em 2014 foi adquirida pela Rede, do Itaú), a Koin tem hoje grandes fundos no cap table. Em 2018, a fintech fechou uma rodada Série A com o IFC, braço de fomento do Banco Mundial, e a firma de venture capital europeia Speed Invest.

A empresa se preparava sua segunda captação, no ano passado, quando recebeu a proposta de aquisição. Hoje, o grupo Decolar detém 84% de participação.

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