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Fabricante do robô aspirador Roomba pede recuperação judicial e terá novo controlador

A iRobot, empresa que revolucionou os aspiradores robôs no início dos anos 2000 com o modelo Roomba, entrou com pedido de recuperação judicial e propôs transferir o controle para seu principal fornecedor chinês.

A fabricante de robôs de consumo, sediada em Massachusetts e atualmente listada em bolsa, será adquirida pela Shenzhen PICEA Robotics e uma subsidiária da empresa chinesa, segundo comunicado. A companhia declarou ativos e passivos entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões em um registro oficial.

As ações ordinárias da iRobot, fundada em 1990 por engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), serão zeradas conforme o plano proposto em Delaware no domingo. As ações caíram até 75% nesta segunda-feira, atingindo o menor valor histórico.

Roomba

O sucesso inicial da iRobot veio com o lançamento do Roomba em 2002, rapidamente tornando-se sinônimo de aspiradores autônomos. No entanto, os lucros da empresa, que vendeu mais de 40 milhões de robôs domésticos, começaram a cair na era pós-covid, impactados por problemas na cadeia de suprimentos e concorrentes mais baratos. A empresa já havia alertado para a possibilidade de falência no início do mês.

Em 2022, a Amazon.com fez uma oferta que poderia ter mudado o destino da iRobot, mas o negócio fracassou devido a conflitos com autoridades de concorrência da União Europeia. A iRobot recebeu mais de US$ 90 milhões em compensação pelo acordo fracassado, mas parte foi usada para pagar taxas de consultoria e amortizar um empréstimo de US$ 200 milhões concedido pelo Carlyle Group Inc. como ponte durante a negociação com a Amazon.

No mês passado, a subsidiária da Shenzhen PICEA, Santrum Hong Kong, adquiriu US$ 191 milhões da dívida pendente em principal e juros junto à firma de investimento dos EUA, e a PICEA vem negociando com a iRobot desde então para fornecer novo capital e resolver a dívida existente.

Surpresa do Vietnã

Impostos de importação foram um dos fatores que contribuíram para a queda da iRobot. A empresa havia previsto “incerteza tarifária com a China” e transferiu grande parte da produção de robôs destinados aos EUA para o Vietnã. Porém, o país sofreu no início do ano uma taxa de 46% como parte das tarifas recíprocas do presidente Donald Trump aos parceiros comerciais dos EUA.

A alíquota foi reduzida para 20% após um acordo entre os países, mas os custos continuaram pressionando a empresa. “Essas tarifas são pagas pelos devedores, não pelos fabricantes contratados”, escreveu a iRobot no registro.

A empresa também não conseguiu se desvincular totalmente da China. Acessórios ainda são adquiridos de fabricantes chineses, e a incerteza sobre tarifas prejudicou a capacidade da companhia de planejar o futuro.


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